Resenha da Drica: O Teste, Joelle Charbonneau - Ùnica Editora



Título original: The Testing
 Autor: Joelle Charbonneau

Editora: Única

Páginas: 320

Gênero: Ficção

Sinopse:
No dia de formatura de Malencia ‘Cia’ Vale e dos jovens da Colônia Cinco Lagos, tudo o que ela consegue imaginar – e esperar – é ser escolhida para O Teste, um programa elaborado pela Comunidade das Nações Unificadas, que seleciona os melhores e mais brilhantes recém-formados para que se tornem líderes na demorada reconstrução do mundo pós-guerra. Ela sabe que é um caminho árduo, mas existe pouca informação a respeito dessa seleção. Então, ela é finalmente escolhida e seu pai, que também havia participado da seleção, se mostra preocupado. Desconfiada de seu futuro, ela corajosamente segue para longe dos amigos e da família, talvez para sempre. O perigo e o terror a aguardam. Será que uma jovem é capaz de enfrentar um governo que a escolheu para se defender?

É sempre mais difícil para mim escrever sobre o que amo, e essa resenha de O Teste me tirou longas horas de luta com o teclado. E por quê Simplesmente porque O Teste tem uma história completamente apaixonante, sou 100% Malencia Vale, me perdoem as minhas outras protagonistas preferidas.

O Teste é uma distopia, e como tal vai contar a história de um mundo pós-guerra onde, após os Sete Estágios da Guerra: Quatro Estágios de Destruição e Três Estágios de reação da Terra, Tosu City foi criada como o primeiro sinal de que pessoas haviam sobrevivido e hoje é a sede das Nações Unificadas. 

Cia, 16 anos, mora na Colônia de Cinco Lagos, uma das menores, com cerca de novecentos cidadãos, e uma das mais distantes de Tosu City. A história se inicia com a sua formatura, uma espécie de ritual de passagem para a idade adulta, onde os jovens poderão ser escolhidos para participar do Teste e, sendo aprovados, cursa a Universidade ou ficar em sua Colônia e trabalhar. 

Seu pai cursou a universidade e aprendeu a modificar geneticamente as plantas para que pudessem sobreviver no solo deteriorado, por isso a família se muda com frequência para locais onde o trabalho do pai é necessário, o que torna difícil criar laços, mas faz com que conheça todo mundo da colônia. Para a mãe, a ideia de ser escolhida para o Teste não é bem aceita. Tem quatro irmãos: Zeen é o mais esperto e emotivo, e se recente por não ter sido escolhido para o Teste; Win, Hart e Hamin são despreocupados em relação à vida. 

“Estão aqui porque vocês são os melhores e mais brilhantes. Em seus ombros está a esperança de todos na Comunidade Unida. Aqui entre vocês está o futuro dos líderes do nosso país. Todos os líderes precisam ser avaliados, e esse é o teste que vocês começarão hoje.”

Cia é uma menina fantástica, inteligente, adora estudar e não foge de algo que desafie a sua inteligência, simpática. Amiga de todos, mas Daileen é sua melhor amiga, tímida e sozinha, Cia se preocupa com como ela ficará agora que foi escolhida para o Teste. Então recorre a Lyane para ajudar Daileen, já que Cia um dia evitou que ela tirasse a própria vida. 

O Teste foi criado pois se acredita que a guerra aconteceu porque os líderes mundiais não tinham a combinação certa de inteligência, capacidade de agir sobre pressão e liderança para acabar com os confrontos. Mas o seu processo de avaliação é desconhecido até mesmo pelo pai de Cia, que participou da seleção. Ele não se lembra de nada que aconteceu, restando apenas pesadelos.

“De repente, eu lamento todas as vezes que fiquei brava por ela não encorajar meus sonhos na universidade. Agora entendo por que ela teve medo de que eu tivesse sucesso. Agora é tarde demais.”

Após ser escolhida com mais quatro colegas de classe, Cia segue para o Teste com a única certeza de que se for aprovada suas chances de voltar para casa e rever a sua família são quase nulas. E a partir daí começam as aventuras.

Se você achou a história interessante, você ainda não viu nada. Imaginei que O Teste seria mais uma distopia, uma quase cópia de Jogos Vorazes, mas não é nada disso. As emoções começam realmente a partir do momento em que eles são levados de flutuador, meio de transporte utilizado pelos mais bastados, para Tosu City, e cia percebe que existem câmeras espelhadas os observando. Cia se aproxima de Tomas, seu colega de classe não muito próximo, mas de quem ela tem uma lembrança boa de ter dançado com ele na formatura.

Com uma escrita simples, leve e cativante, a leitura flui em ritmo de ansiedade diante das descobertas que o leitor faz. A escritora é detalhista na descrição dos personagens, o que nos ajuda a traçar o seu perfil psicológico e deduzir quem eles são verdadeiramente. A narração em primeira pessoa, cheia de reflexões feitas por Cia, nos faz parar em muitos momentos para pensar sobre um possível futuro parecido com o dela. E Cia passa de uma adolescente cheia de sonhos para uma sobrevivente madura e cheia de questionamentos, de uma maneira natural, como acontece com qualquer ser humano exposto a verdades muito crueis. 

“A terra é resistente, mas é difícil imaginar uma época em que este lugar será qualquer outra coisa além de um terrível lembrete do que nós seres humanos podemos fazer.”

Se tem romance? Claaaaaaro que sim! Mas na medida certa, de forma natural como acontece na vida de qualquer adolescente, daqueles que ajuda você a passar por momentos difíceis fazendo com que tenha uma razão a mais para lutar. E, pelo menos por enquanto, sem triângulos. Mas será que pelo menos nele Cia poderá confiar? Ainda não sabemos. 

Uma história sensacional que consegue transmitir a angústia e o medo do povo oprimido por um sistema imposto. Ao mesmo tempo em que o livro te responde várias perguntas que você tinha quando começou a ler, ele te coloca o dobro na cabeça, mas sem deixar pontas soltas. Nos resta torcer para que a continuação chegue logo. 

O livro já teve seus direitos adquiridos no Reino Unido, França, Israel, Coreia, Holanda, Turquia, Alemanha. Nos Estados Unidos, a obra entrou para a lista Top 10 da “Young Adult Books for Summer”, do jornal USA Today, e foi escolhido como a mais importante leitura de verão pela Indie Next 2013 Summer YA Pick.

Testing

1. The Testing (2013) – O Teste

2. Independent Study (2014)

3. Graduation Day (2014)

The Testing Guide (2013)

Mensagem do dia


Resenha da Dani: Quem Teme a Morte, Nnedi Okorafor - Geração Editorial

Quem Teme A Morte 

 

Subtítulo: Onye e A Profecia 

 

Autora: Nnedi Okorafor

 

Geração Editorial

 

Ano 2014 

 

412 páginas 


Numa terra devastada por uma hecatombe nuclear, uma jovem e misteriosa mulher com o incomum nome de Onyesonwu – que pode ser traduzido como Quem Teme a Morte – descobre que tem superpoderes e foi escolhida para salvar a humanidade. Este seria um romance distópico como qualquer outro se não transcorresse na África e sua autora não fosse a surpreendente Nnedi Okorafor, elogiada pelo prêmio Nobel nigeriano Woyle Soyinka. Fantasias, batalhas, tradições e alta tecnologia, sonhos, visões, discriminação racial e sexual, tudo se mistura numa narrativa tensa e poética que confere uma nova linguagem para os romances do gênero.

http://www.skoob.com.br/livro/382777

Quem teme a morte foi uma leitura fascinante, uma distopia com fantasia que prende a atenção do leitor com uma narrativa ágil e detalhada, sem excessos e com uma beleza ímpar ao descrever os cenários.

Gosto muito de distopias e este foi o motivo para escolher o livro. Quem narra a trama é Onyesonwu, ela é uma Ewu, termo usado para crianças com pele cor de areia e narizes largos, filhas de Nuru com Okeke e resultado de um estupro.

Nuru são pessoas de pele clara que se acham superiores e subjugam os Okeke que têm a cor da pele escura.

Onyesonwu viveu por anos no deserto tendo sua mãe como única companhia, adorava caminhar pelo deserto e nunca se perdeu. Ficou desconfortável quando Najeeba decidiu que era hora de viver em meio a civilização, o lugar escolhido foi Jawhir, por ter uma filha Ewu não foi bem recebida na cidade. Mas o destino sabe o que faz e Onye acaba fazendo amizade com Fadil, o ferreiro que acaba apaixonado pela mãe da garota.

Onye sente grande culpa por ser quem ela é, para todos uma pária, traz vergonha para seus pais. Em sua inocência não entende como sua mãe permitiu que ela nascesse. Aos onze anos ela conhece a história de sua concepção por completo e surge um objetivo para ela: matar seu pai biológico.

Coisas estranhas acontecem com ela, como surgir nua empoleirada numa árvore... Com o surgimento de Mwita ela passa a entender que é uma Eshu, ou seja, pode transformar-se em outros seres.

Gostei muito da amizade de Onye com suas amigas do Ritual dos onze anos: Luyu, a rica e mimada, uma Okeke pura; Binta, a tímida que sofre em silêncio; Diti, também mimada, mas um pouco menos arrogante que Luyu. Essas quatro garotas com suas diferenças e semelhanças são um quarteto interessante de acompanhar, especialmente por elas três terem certo preconceito por Onye ser Ewu.

Onyesonwu é determinada e não desiste ao ouvir um não, irrita-se com facilidade e teimosia devia fazer parte de seu sobrenome. Com uma personalidade forte ela não passa despercebida.

Achei a questão da distopia atemporal, não há um ano determinado e confesso que podemos imaginar acontecendo agora mesmo.

Li com avidez, reclamando pela falta de tempo para sentar e ler tudo num dia só, mas foi melhor assim, pois ao finalizar a leitura senti um vazio e saudades dos personagens.

Um livro super recomendado. A Geração Editorial está de parabéns pela linda arte de capa, a diagramação e a revisão.


Repleto de elementos mágicos, com temas atuais e incluindo elementos da cultura africana, Quem teme a morte é encantador.

 Clique nas imagens para ver maior:  




 


Mensagem do dia


Procura-se novo colunista

Oi, gente,



já pensou em fazer parte do blog? Não só comentando ou participando das nossas promoções, mas fazendo os seus próprios posts???? Então essa pode ser a sua chance!

Estamos abrindo uma vaga para colunista aqui do blog. Antes que as dúvidas apareçam, vou esclarecer tudo. 


1. É apenas uma vaga?

Como já disse em outra ocasião, tenho muita dificuldade em delegar funções, tenho mania de querer abraçar o mundo. Mas a situação atual nos impede de continuar a fazer isso. Eu e a Dani estaremos atarefadíssimas nesse segundo semestre e realmente precisamos de ajuda. Então, para começar, será apenas uma pessoa, mas esse número pode mudar dependendo da qualidade dos participantes.

2. Terá tempo determinado para a colaboração?

Sim, a princípio o tempo de colaboração será de 6 meses, como se fosse um período de experiência mesmo, podendo ou não ser renovada. Mas se tudo correr bem, esse período poderá se estender enquanto durar o bloguinho!!!

3. Como serei avaliado? 

Para a seleção, o candidato deverá enviar um email falando sobre os seus gostos e experiências literárias (se já escreve em algum blog, se estuda ou trabalha com algo relacionado ao mundo literário, etc.) junto com uma resenha sua para minhavelhaestante@gmail.com, com o título “Novo Colunista”. Na resenha serão observados: criatividade, coerência do texto, correção gramatical, boa escrita, respeito ao escritor e à editora, honestidade de opinião.

4. Vou ganhar alguma coisa com isso? 

O Minha Velha Estante, para mim e para Dani, é um hobby, não somos remuneradas para fazer o que fazemos, apenas ganhamos livros e brindes de nossas editoras parceiras. Assim, o novo colaborador também não receberá valor nenhum em troca da participação no blog. O envio de livros é negociado entre a gente, mas, a princípio, o novo colaborador terá que resenhar os seus próprios livros.  

5. Sobre o que vou falar? 

As resenhas de livros ainda ficarão por minha conta e da Dani. Queremos alguém que fale sobre assuntos diferentes e que cativem o público do blog, como música, filmes, novidades, comportamento, textos em geral e que queira gravar vídeos, nesse caso abriremos uma exceção para que sejam resenhas faladas.

6. Qual é a frequência dos posts?

O ideal é que o colunista envie um post por semana para o blog, mesmo com assuntos alternados a cada semana.

7. Período de inscrição:

As inscrições ficarão abertas até sábado, dia 20/06, às 23:59.

Mensagem do dia


Resenha da Drica: Legend, Marie Lu - Prumo



Autora: Marie Lu

Editora: Prumo

Páginas: 256

Sinopse:
Ambientado na cidade de Los Angeles em 2130 D.C., na atual República da América, conta a história de um rapaz – o criminoso mais procurado do país – e de uma jovem – a pupila mais promissora da República –, cujos caminhos se cruzam quando o irmão desta é assassinado e a ela cabe a tarefa de capturar o responsável pelo crime. No entanto, a verdade que os dois desvendarão se tornará uma lenda. O que outrora foi o oeste dos Estados Unidos é agora o lar da República, uma nação eternamente em guerra com seus vizinhos. Nascida em uma família de elite em um dos mais ricos setores da República, June é uma garota prodígio de 15 anos que está sendo preparada para o sucesso nos mais altos círculos militares da República. Nascido nas favelas, Day, de 15 anos, é o criminoso mais procurado do país; porém, suas motivações parecem não ser tão mal-intencionadas assim. De mundos diferentes, June e Day não têm motivos para se cruzarem – até o dia em que o irmão de June, Metias, é assassinado e Day se torna o principal suspeito. Preso num grande jogo de gato e rato, Day luta pela sobrevivência da sua família, enquanto June procura vingar a morte de Metias. Mas, em uma chocante reviravolta, os dois descobrem a verdade sobre o que realmente os uniu e sobre até onde seu país irá para manter seus segredos.

Olá, queridos,

e vamos lá com mais uma distopia e uma série! Legend é o primeiro livro de uma trilogia distópica.
O livro nos leva a uma Los Angeles decadente no ano de 2130. Vamos conhecer Day, adolescente com 16 anos, morador da Colônia, é o criminoso mais procurado pela República, uma espécie de Robin Hood, que comete pequenos delitos por uma causa nobre como alimentar a sua família que, com exceção de seu irmão mais velho, acredita que ele esteja morto, mas assim fica mais fácil para que ele consiga ajudar a sua família e tentar protegê-la da praga que assola os bairros pobres.
Em situação totalmente oposta, conhecemos June, 15 anos, menina prodígio, destaque entre os outros adolescentes que integram a organização militar da República. Individualista, não consegue ver o sofrimento da população pobre à sua volta, mas a morte do seu fará uma reviravolta em sua vida. 

“As Colônias querem que pensemos que permitir que eles nos dominem é uma coisa positiva, como se eles estivessem nos anexando, ou nos fazendo algum favor. É assim que eles nos consideram: uma pobre nação marginal, como se eles fossem os poderosos. Essa noção é do maior interesse para eles, afinal, pois ouvir dizer que as inundações alagaram muito mais áreas das terras deles do que das nossas. Este sempre foi o motivo básico de tudo: terra, terra, terra. Mas tornar-se uma união... isso nunca aconteceu, nem acontecerá. Nós os derrotaremos primeiro, ou morreremos tentando.”

De cara já deduzimos que o destino desses dois vão se cruzar. E de um modo bem trágico: Day será o principal suspeito do assassinato do irmão de June, um importante funcionário do Governo. E é a partir dai que grandes revelações começarão a acontecer e a verdade não será nada fácil de ser aceita. 

“Mas nada de bom pode resultar se você se apaixonar por alguém nas ruas. Essa é a pior fraqueza que se pode ter, assim como ter uma família presa numa zona de quarentena ou uma órfã de rua precisando de você.”

Ponto para a agilidade e fluidez da narração do livro. Apesar de ser um livro curto, apenas 256 páginas, não se engane. Legend tem uma história bem dinâmica. Parte disso se deve aos seus capítulos curtos que alternam a narração, ora feita por June, ora feita por Day. Adorei a participação de Ollie, cachorro do irmão de June, que algumas vezes rouba a cena.

“Ollie me olha com aquela sabedoria canina universal...”

Outra coisa muito boa de acompanhar é a evolução de June, como ela consegue amadurecer e encarar a realidade que antes ela não conseguia enxergar. Mesmo em poucas páginas a autora consegue narrar isso de forma bem nítida. 

“...é estranho estar aqui com você. Eu mal o conheço... mas às vezes parece que somos a mesma pessoa, nascida em dois mundos diferentes.”

Distopia, romance, suspense e muita adrenalina em apenas um livro! Parabéns à autora! E que venha Prodigy!